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Quem construiu o Cassino Fluminense? Conheça o idealizador e a construção

Introdução

O Cassino Fluminense ocupa lugar de destaque na história cultural e arquitetônica do Rio de Janeiro no século XIX. Muito mais do que um espaço de entretenimento destinado à alta sociedade da Corte, o prédio representou um marco na evolução urbana da cidade, servindo como ponto de encontro para bailes, concertos e outras atividades de lazer. Neste artigo, você vai descobrir quem idealizou e quem efetivamente construiu o Cassino Fluminense, além de conhecer detalhes sobre a sua concepção e construção.

Contexto histórico

Na primeira metade do século XIX, o Rio de Janeiro passava por um processo de intensa expansão urbana, muito em função da transferência da Corte portuguesa em 1808 e da consequente evolução cultural e social. Em 1845, surge a Sociedade do Cassino Fluminense, formada por membros da elite carioca interessados em criar um local de convívio social, musical e de recreação. O termo “cassino”, nessa época, referia-se basicamente a um salão de baile e salão de concertos, e não à atividade de jogos de azar que normalmente associamos à palavra hoje em dia.

O prédio original do Cassino Fluminense foi instalado em um imóvel próximo ao Passeio Público, no centro da cidade. A inauguração desse primeiro espaço ocorreu em 1845, atraindo desde então bailes sociais e concertos que contaram com a presença de membros da família imperial. Com a crescente demanda — sobretudo para grandes eventos como bailes de gala e festividades — percebeu-se a necessidade de um edifício mais amplo e condizente com o prestígio da sociedade fluminense.

Idealização e idealizadores

Quem idealizou o Cassino Fluminense foi um conjunto de aristocratas, comerciantes e profissionais liberais que formaram a sociedade responsável pela aquisição e adaptação inicial do imóvel. Entre os primeiros diretores da Sociedade do Cassino Fluminense, havia personalidades influentes da Corte, o que conferiu prestígio e recursos para que o projeto se tornasse realidade. Ainda que não exista um “idealizador único” com nome amplamente divulgado em documentos da época, sabe-se que a própria diretoria da sociedade — sob orientação de entusiastas da música e das artes — determinou que o local deveria ser um ambiente sofisticado, capaz de receber grandes bailes e concertos de música clássica, bem como exposições artísticas.

Projeto arquitetônico e construção

Primeiro prédio (1845–1855)

O imóvel original alugado em 1845 era uma construção de dois pavimentos, ainda com características coloniais. Tratava-se de um casarão adaptado para sediar salões de festas e espetáculos. Documentos de jornais antigos mencionam que, em julho de 1849, houve bailes aos quais compareceram Dom Pedro II e Domitila de Castro, garantindo prestígio imediato ao local. No entanto, esse primeiro prédio mostrou-se insuficiente para atender ao crescimento do interesse público e às exigências de segurança estrutural de um salão desse porte.

Projeto de Louis Hoxse e obras de 1855–1860

Diante das limitações do imóvel existente, a Sociedade do Cassino Fluminense resolveu comprar o terreno e promover a construção de um prédio novo, especificamente projetado para as atividades de baile, concerto e convivência social. Em junho de 1855 — mais precisamente no dia 20 — deram início às obras do edifício que viria a ser a versão mais conhecida do Cassino Fluminense.

O projeto arquitetônico desse novo prédio teve como autor o francês Louis Hoxse (muitas vezes referido na imprensa da época pelo sobrenome “Hoxe”). Apesar de recebê-lo como arquiteto oficial, Hoxse trabalhou sob diretrizes rígidas determinadas pela diretoria da sociedade, que forneceu outras plantas e sugeriu aproveitamento de soluções construtivas já adotadas em salões europeus. Na prática, o desenho de Hoxse incorporou elementos neoclássicos, com simetria de fachadas e frontão discreto, sem grandes ostentações.

Logo que as primeiras fundações foram erguidas, surgiram problemas estruturais que levaram à demolição parcial de alguns trechos iniciais. Relatos de engenheiros militares apontam que parte da alvenaria não satisfazia os requisitos de segurança, o que obrigou a diretoria a contratar novos responsáveis pela supervisão e corrigir o que havia sido feito de maneira deficiente. Há registros de pareceres assinados por técnicos como o major T. da Silva Paranhos e o major F. Januário Passos, recomendando adaptações para garantir solidez às paredes e colunas principais.

Após os ajustes necessários, a obra avançou até sua conclusão em 1860. A inauguração oficial do novo prédio do Cassino Fluminense ocorreu em 18 de setembro daquele ano, em cerimônia prestigiada pela Corte e por toda a elite local. Na nova estrutura, o salão principal comportava cerca de dois mil convidados, e havia ainda galerias laterais para música e camarotes para figuras de destaque.

Atividades, público e curiosidades

Assim que inaugurado, o novo Cassino Fluminense tornou-se referência em entretenimento no Rio de Janeiro. Além de bailes de carnaval, óperas e concertos com orquestras filarmônicas, a sociedade mantinha uma biblioteca para sócios e promovia saraus literários. Dormitórios e salões menores eram usados para aulas de esgrima, ginástica e exposições de pintura.

Um dos pontos mais elogiados era o salão principal, cuja acústica permitia a realização de concertos de música clássica. Era comum a presença de grupos filarmônicos europeus convidados, e os bailes de gala contavam com coreografias ensaiadas por instrutores vindos de Lisboa e Paris. Dizia-se que as cortinas eram confeccionadas em tecidos importados, assim como o sistema de iluminação, que utilizava lampiões a óleo de alta qualidade.

Relação com Manuel de Araújo Porto-Alegre

Embora a maioria dos historiadores atribua o projeto ao francês Louis Hoxse, há menção pontual a uma possível colaboração do arquiteto e pintor Manuel de Araújo Porto-Alegre. Porto-Alegre, renomado na época por seu trabalho em projetos urbanos, teria sugerido detalhes decorativos para as fachadas, mas não dirigiu a obra como autor principal. Registros comentam que as plantas originais submetidas pela sociedade tiveram influências decorativas de Porto-Alegre, ainda que a execução tenha seguido o traçado de Hoxse.

Legado e encerramento

Até o final do século XIX, o Cassino Fluminense manteve-se como um dos espaços mais prestigiados da cidade. Contudo, nas primeiras décadas do século XX, a modernização urbana e a proibição de jogos de azar (quando o termo “cassino” passou a ficar associado a práticas ilegais) alteraram o perfil do edifício. Apesar de manter atividades culturais por algum tempo, foi gradualmente perdendo relevância até fechar suas portas definitivamente em meados dos anos 1930.

Após encerrar as funções de entretenimento, o prédio serviu a diferentes finalidades — abrigou revistas militares, gabinetes públicos e até sediou parte de exposições de arte. Infelizmente, ao longo do tempo, sofreu infiltrações, mudanças estruturais e algumas demolições parciais, o que comprometeu grande parte de sua feição original.

Nos dias atuais, os vestígios do antigo Cassino Fluminense são escassos. A localização exata onde ficava o prédio foi integrada ao crescimento do centro carioca, e apenas poucos fragmentos de documentos, ilustrações e mapas antigos permitem reconstruir a imponência que ele tinha no século XIX.

Conclusão

O Cassino Fluminense, embora tenha sido construído há mais de 160 anos, permanece como símbolo do período áureo da sociedade carioca no século XIX. Idealizado pela Sociedade do Cassino Fluminense e executado pelo arquiteto francês Louis Hoxse — com influências decorativas de Manuel de Araújo Porto-Alegre —, o edifício inaugurado em 1860 marcou época por seu salão principal adaptado para grandes bailes e concertos. Sua trajetória reflete a transformação urbana histórica do Rio de Janeiro, bem como as mudanças sociais e culturais que levaram ao fechamento dessa importante casa de festas. Ao conhecer quem construiu o Cassino Fluminense, entendemos melhor o empenho de gerações que buscaram criar espaços de convivência, arte e entretenimento na antiga Corte do Brasil.

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